Passear é uma das actividades preferidas dos donos de cães no entanto, há perigos inesperados que podem ocorrer num passeio à mata, à serra ou qualquer local com pinheiros. Um deles é o contacto com lagartas aparentemente inofensivas: as lagartas do pinheiro.
"As lagartas do pinheiro constituem uma praga para os animais (incluindo humanos) e até para os próprios pinheiros onde fazem os seus ninhos!"
Este tipo de lagarta encontra-se disseminado por todo o País, sendo comum observarem-se os seus estragos em qualquer região de pinhal. Até em grandes altitudes, o que para certas pragas e doenças constitui uma barreira, é possível encontrar a lagarta do prinheiro a viver normalmente.
A Lagarta do Pinheiro
As Thaumetophoea pityocampa, vulgarmente conhecidas como lagartas do pinheiro ou processionárias nascem entre Agosto e Setembro em ninhos formados na copa dos pinheiros. Estes ninhos assemelham-se a algodão doce branco, mas atenção são tudo menos “doces”! Durante os próximos meses de “frio”, as lagartas agrupam-se nos ninhos para manter o calor e saem à noite, ligadas por um fino fio de seda que utilizam para regressar ao ninho.
Entre Janeiro e Maio, as processionárias abandonam o pinheiro, deixando o hospedeiro em fila, como se de uma procissão se tratasse (daí o seu nome). Dirigem-se em direcção ao solo onde irão concluir a sua metamorfose transformando-se em borboletas inofensivas.
Estas lagartas possuem 8 receptáculos com cerca de 100.000 pêlos urticantes. Ao moverem-se, estes receptáculos abrem-se libertando milhares destes pêlos e aumentando a possibilidade de intoxicação de um animal ou de uma pessoa que entre em contacto com eles. Os pêlos agem como agulhas, injectando as substâncias tóxicas na pele ou mucosas.
Um perigo para quem se aproxima
Sendo os cães naturalmente curiosos, aos verem estas lagartas moverem-se, têm tendência a ir cheirar, lamber ou abocanhar. Juntamente com as crianças que tocam nas processionárias por brincadeiras, os cães são as principais vítimas destas lagartas. A zona da cabeça, em especial os olhos, mucosa oral e muito geralmente a língua, são as partes mais afectadas.
As substâncias tóxicas libertadas pelas processionárias provocam uma reacção alérgica muito exuberante e ocorre geralmente necrose (morte) dos tecidos. Em determinados casos, a sua gravidade pode ser tal que a que a única solução seja mesmo a eutanásia – pois será impossível garantir o mínimo de qualidade de vida do animal.
Como lidar com a lagarta do pinheiro
Durante os passeios tenha atenção ao seu cão ou mantenha-o com trela, especialmente se ele for cachorro. Não brinque com o cão debaixo de pinheiros com ninhos e tenha atenção a possíveis processões.
Caso detecte ninhos em pinheiros da sua propriedade, estes deverão ser destruídos. De forma alguma deve entrar em contacto com eles e deve usar luvas protectoras e máscara. Os ninhos devem ser queimados com os cuidados necessários para evitar incêndios, devendo colocar-se o fogo de forma a que os fumos da combustão não o atinjam pois são igualmente tóxicos.
O meu cão entrou em contacto com uma lagarta do pinheiro, o que fazer?
Atenção, isto é uma situação de emergência! Deve levar o cão imediatamente ao veterinário, porque se efectivamente o animal não for assistido os danos podem ser bastante comprometedores.
Assim que se aperceba de uma situação deste género, lave com abundância a zona que contactou com a lagarta e dirija-se imediatamente para um hospital.
Referência: Autoridade Florestal Nacional